segunda-feira, 8 de setembro de 2014
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Manifesto irreligioso.
Defino religião, a despeito das suas diversas etimologias, como o enquadramento do Divino pelo humano, uma tentativa fracassada de possuir um Deus. Se há um Deus que pode ser possuído por um mortal e seguir os seus ditames e quereres, logo ele é um “deus”, e qual o gênio da lâmpada, possui um amo.
Para que esse deus sobreviva então, serão criadas ou emprestadas de outros sistemas de crenças algumas leis e normas, para que todos que queiram, possam entrar debaixo desse guarda-chuva. Também serão impostas muitas “verdades absolutas”, todos os fiéis, de forma unívoca terão que viver e morrer por isso. “Verdades”, que são apenas reverberações de psiques adoecidas em busca de autoafirmação.
O máximo que se conseguiu chegar palmilhando esse caminho foi à religião cristã de todas as vertentes, não importa, fomos enquadrados. Não temos mais vida própria, vivemos para “Jesus” de modo carola e fantasista.
O Jesus verbo de Deus é o caminho, não há intermediários, mas a religião cristã organizou um teatro cujos fantoches somos nós. Jesus se tornou secundário, “o caminho” é o sistema que fala em nome dele. Ouvimos que conhecendo a verdade em Cristo teríamos liberdade, o homem então inventou a igreja[1], engaiolou a fé, monopolizou a salvação e condenou os que ousaram pensar fora da caixa.
Quando alguém vem para uma “igreja” pensando que encontrou Jesus – encontrou na verdade o Jesus religioso da igreja – aprende que precisa “ganhar almas” (inclusive as almas dos familiares), ou então manter distância dos que pensam diferente e podem “influenciá-lo a abandonar a fé, leia-se a igreja, já que para a instituição, os que te levam a refletir e racionalizar a fé são todos endemoniados. Desde então, instaura-se uma guerra nada santa, e em nome da religião, separam-se os maiores amigos.
Você não “pode” mais passar o natal com seus familiares, porque na festa haverá bebida, ou então, porque você não acredita mais no natal e o bom velhinho não passa de um demônio. Aí está então você só, acreditando que Jesus faz festa por causa da sua atitude “dignamente religiosa”.
Logo ele, que disse pra Zaqueu o publicano com fama de corrupto: Me convém dormir na tua casa; para sua geração: Não precisam de médicos senão os doentes, pois vim buscar e salvar maus e perdidos.
Que verdade escandalosa! Jesus não salva bons, perfeitos e impecáveis, eles tem a si mesmos como céu. Cristo é o Senhor dos fracos, débeis, depauperados… daqueles que compreendem que sua fortaleza consiste em reconhecer sua fraqueza.
O Jesus que creio e sigo, não é o Jesus dos quadros pintados pelos grandes artistas, muito menos o Jesus da religião cristã, sobretudo evangélica; a propósito, a muito deixou de ser do evangelho. O Jesus que creio não é dos templos, das catedrais, dos milagres com hora marcada. O Jesus que creio não possui beleza exterior, embora seja artífice de tudo que é belo. Esse Jesus que creio, sempre se preocupou com gente. Amou o pobre, banqueteou-se com os ricos, deu conselhos aos poderosos, alimentou multidões famintas…
O Jesus do evangelho continua escandalizando religiosos, pois religião é especialista em repressão, Jesus em celebração. O seu primeiro milagre foi socorrer um noivo na sua festa de casamento. Se Jesus fosse um crente industrializado pelo puritanismo tradicional, coitado do noivo! Mas ele era alguém que amava a vida. A água foi transformada em vinho (ninguém vai pra festa pra beber água), e a festa pôde continuar…
O Jesus do evangelho deixou claro que quem gosta de enquadramento, sistematizações e afins, não tem como receber a boa notícia. Veio João Batista, não comia carne, não bebia vinho (não ia pra festa…) vocês não o receberam. Vim eu, como carne, bebo vinho (vou e patrocino festas), e vocês dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores.
Continua tudo do mesmo jeito… Por isso, abandonei a religião e deixei de ser crente. Não! Não fiz isso por que sou melhor de que eles (religiosos), talvez eu seja o pior de todos. Deixei por que sou humano demais para uma fé de super-homens e extraterrestres impingida pela religião cristã. Escolhi confiar no Deus que a Bíblia tenta explicar e os homens tentam entender, mas que está infinitamente além dos homens e da própria escritura.
A Bíblia no Antigo testamento conta histórias, traz predições, testemunhos do povo judeu e sua saga ao longo dos séculos. O Novo Testamento materializa e sintetiza tudo isso na pessoa de Jesus e transforma em algo que me diz respeito enquanto homem, todavia, os clericatos atualizaram eventos importantes em determinado período – os quais não mais seriam repetidos – em objeto de culto. Trocou-se o sentido pala forma, a adoração pela liturgia.
A grande mensagem do evangelho, não é o tanto que tenho que me esforçar para cumprir determinadas normatizações, o evangelho é a boa notícia: Deus me amou! O verbo aqui está no pretérito perfeito, embora o vernáculo seja diminuto demais para expressar o amor de Deus, lanço mão da forma presente e futura respectivamente: Deus me ama, Deus me amará. Poderia simplificar tudo isso com o gerúndio: Deus está me amando, forma verbal usada para falar de algo em processo contínuo, porém, você de forma arguta e lógica diria: Deus está me amando sim, desde quando?
A religião vai perguntar sobre o mérito e tua decisão de ser salvo – os calvinistas perguntarão pela eleição e continuarão na eterna discussão com os arminianos – Enfaticamente direi: Deus me amou, isto possui um “que” de eternidade. Quando não existia nem minha poeira cósmica Deus me amou, quando passei a existir no tempo e no espaço Deus me amou. Quando sorri, chorei, adoeci, fiquei curado, quando pequei!!! Deus me amou!
A religião cristã procura sempre pelo mérito ou demérito. Prefiro o Jesus do evangelho, que me amou independente do meu bem ou meu mal. Prefiro me reunir e está cercado de pessoas de carne e osso, que tem carências, frustrações, sonhos, realizações e admitem que eu possa ser alvo destas mesmas vicissitudes, sem por isso, deixar de me chamar de irmão.
Quero ter a graça de adoecer e não ser visitado por alguém que necessita mostrar a “igreja” que visitou um moribundo, na verdade, quero ter a graça de que quando desejar não ser importunado, tenha respeitado o meu momento, e assim sendo, continuar contando com a estima de todos.
Quero ter a graça de falar publicamente das minhas orações não respondidas, daquela dor que não passa, da tentação que não supero…
Chega de mentira! Chega de ilusão! Chega de religião! Quero aprender a desfrutar do Jesus Senhor, que rasgou o véu do templo, inviabilizando o sacerdotalismo e o levitismo. Quero aprender a amar o Jesus Senhor que me ama para além da vida… Por fim, não quero me apegar tanto a esta vida a ponto de esquecer que Deus tem prazer na minha morte. Não porque seja sádico, e sim, porque é Deus. O humano aqui sou eu… E você!
Para que esse deus sobreviva então, serão criadas ou emprestadas de outros sistemas de crenças algumas leis e normas, para que todos que queiram, possam entrar debaixo desse guarda-chuva. Também serão impostas muitas “verdades absolutas”, todos os fiéis, de forma unívoca terão que viver e morrer por isso. “Verdades”, que são apenas reverberações de psiques adoecidas em busca de autoafirmação.
O máximo que se conseguiu chegar palmilhando esse caminho foi à religião cristã de todas as vertentes, não importa, fomos enquadrados. Não temos mais vida própria, vivemos para “Jesus” de modo carola e fantasista.
O Jesus verbo de Deus é o caminho, não há intermediários, mas a religião cristã organizou um teatro cujos fantoches somos nós. Jesus se tornou secundário, “o caminho” é o sistema que fala em nome dele. Ouvimos que conhecendo a verdade em Cristo teríamos liberdade, o homem então inventou a igreja[1], engaiolou a fé, monopolizou a salvação e condenou os que ousaram pensar fora da caixa.
Quando alguém vem para uma “igreja” pensando que encontrou Jesus – encontrou na verdade o Jesus religioso da igreja – aprende que precisa “ganhar almas” (inclusive as almas dos familiares), ou então manter distância dos que pensam diferente e podem “influenciá-lo a abandonar a fé, leia-se a igreja, já que para a instituição, os que te levam a refletir e racionalizar a fé são todos endemoniados. Desde então, instaura-se uma guerra nada santa, e em nome da religião, separam-se os maiores amigos.
Você não “pode” mais passar o natal com seus familiares, porque na festa haverá bebida, ou então, porque você não acredita mais no natal e o bom velhinho não passa de um demônio. Aí está então você só, acreditando que Jesus faz festa por causa da sua atitude “dignamente religiosa”.
Logo ele, que disse pra Zaqueu o publicano com fama de corrupto: Me convém dormir na tua casa; para sua geração: Não precisam de médicos senão os doentes, pois vim buscar e salvar maus e perdidos.
Que verdade escandalosa! Jesus não salva bons, perfeitos e impecáveis, eles tem a si mesmos como céu. Cristo é o Senhor dos fracos, débeis, depauperados… daqueles que compreendem que sua fortaleza consiste em reconhecer sua fraqueza.
O Jesus que creio e sigo, não é o Jesus dos quadros pintados pelos grandes artistas, muito menos o Jesus da religião cristã, sobretudo evangélica; a propósito, a muito deixou de ser do evangelho. O Jesus que creio não é dos templos, das catedrais, dos milagres com hora marcada. O Jesus que creio não possui beleza exterior, embora seja artífice de tudo que é belo. Esse Jesus que creio, sempre se preocupou com gente. Amou o pobre, banqueteou-se com os ricos, deu conselhos aos poderosos, alimentou multidões famintas…
O Jesus do evangelho continua escandalizando religiosos, pois religião é especialista em repressão, Jesus em celebração. O seu primeiro milagre foi socorrer um noivo na sua festa de casamento. Se Jesus fosse um crente industrializado pelo puritanismo tradicional, coitado do noivo! Mas ele era alguém que amava a vida. A água foi transformada em vinho (ninguém vai pra festa pra beber água), e a festa pôde continuar…
O Jesus do evangelho deixou claro que quem gosta de enquadramento, sistematizações e afins, não tem como receber a boa notícia. Veio João Batista, não comia carne, não bebia vinho (não ia pra festa…) vocês não o receberam. Vim eu, como carne, bebo vinho (vou e patrocino festas), e vocês dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores.
Continua tudo do mesmo jeito… Por isso, abandonei a religião e deixei de ser crente. Não! Não fiz isso por que sou melhor de que eles (religiosos), talvez eu seja o pior de todos. Deixei por que sou humano demais para uma fé de super-homens e extraterrestres impingida pela religião cristã. Escolhi confiar no Deus que a Bíblia tenta explicar e os homens tentam entender, mas que está infinitamente além dos homens e da própria escritura.
A Bíblia no Antigo testamento conta histórias, traz predições, testemunhos do povo judeu e sua saga ao longo dos séculos. O Novo Testamento materializa e sintetiza tudo isso na pessoa de Jesus e transforma em algo que me diz respeito enquanto homem, todavia, os clericatos atualizaram eventos importantes em determinado período – os quais não mais seriam repetidos – em objeto de culto. Trocou-se o sentido pala forma, a adoração pela liturgia.
A grande mensagem do evangelho, não é o tanto que tenho que me esforçar para cumprir determinadas normatizações, o evangelho é a boa notícia: Deus me amou! O verbo aqui está no pretérito perfeito, embora o vernáculo seja diminuto demais para expressar o amor de Deus, lanço mão da forma presente e futura respectivamente: Deus me ama, Deus me amará. Poderia simplificar tudo isso com o gerúndio: Deus está me amando, forma verbal usada para falar de algo em processo contínuo, porém, você de forma arguta e lógica diria: Deus está me amando sim, desde quando?
A religião vai perguntar sobre o mérito e tua decisão de ser salvo – os calvinistas perguntarão pela eleição e continuarão na eterna discussão com os arminianos – Enfaticamente direi: Deus me amou, isto possui um “que” de eternidade. Quando não existia nem minha poeira cósmica Deus me amou, quando passei a existir no tempo e no espaço Deus me amou. Quando sorri, chorei, adoeci, fiquei curado, quando pequei!!! Deus me amou!
A religião cristã procura sempre pelo mérito ou demérito. Prefiro o Jesus do evangelho, que me amou independente do meu bem ou meu mal. Prefiro me reunir e está cercado de pessoas de carne e osso, que tem carências, frustrações, sonhos, realizações e admitem que eu possa ser alvo destas mesmas vicissitudes, sem por isso, deixar de me chamar de irmão.
Quero ter a graça de adoecer e não ser visitado por alguém que necessita mostrar a “igreja” que visitou um moribundo, na verdade, quero ter a graça de que quando desejar não ser importunado, tenha respeitado o meu momento, e assim sendo, continuar contando com a estima de todos.
Quero ter a graça de falar publicamente das minhas orações não respondidas, daquela dor que não passa, da tentação que não supero…
Chega de mentira! Chega de ilusão! Chega de religião! Quero aprender a desfrutar do Jesus Senhor, que rasgou o véu do templo, inviabilizando o sacerdotalismo e o levitismo. Quero aprender a amar o Jesus Senhor que me ama para além da vida… Por fim, não quero me apegar tanto a esta vida a ponto de esquecer que Deus tem prazer na minha morte. Não porque seja sádico, e sim, porque é Deus. O humano aqui sou eu… E você!
W anderley Nunes.
[1] A comunidade de Cristo: Eclésia, nada tem a ver com a igreja institucionalizada de hoje.
[1] A comunidade de Cristo: Eclésia, nada tem a ver com a igreja institucionalizada de hoje.
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quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Demitizando a Serpente (Não havia demônio no Éden)
Costumamos ler a Bíblia condicionados e normatizados pelas fôrmas sistemáticas impostas pela teologia, ainda que nunca tenhamos lido um único compêndio teológico, todavia, o vírus da “teologia sistemática da igreja” nos alcançou e fomos infectados.
Lemos sobre “amor” em Gênesis e formulamos um sermão cujo ápice encontra-se em I Coríntios 13, sem nos importarmos com as diversas acepções dessa palavra ao longo dos séculos, nem com a cultura na qual estavam inseridos o escritor e o público que recebeu em primeira mão a mensagem Divina.
Esquecemos que a Bíblia sendo o livro de Deus, é também o livro do homem. Traz uma mensagem transcendente usando, porém, uma linguagem limitada pelo tempo e pelas mudanças socioculturais.
Devido as dificuldades aqui apresentadas, observamos então que a maneira menos dolorosa de ler e refletir as escrituras é usando como expediente investigatório a teologia Bíblica, dissecando de forma sincera e menos parcial possível (se é que alguém consegue) a ideia por trás do texto.
Convido você a observar apenas o livro de gênesis, livrando-se de todos os padrões interpretativos que recebeu por herança, por um breve período, olhe para esse livro como se fosse o único livro que a Bíblia possui. Leia então gênesis 3.1-5.
Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais.Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.
Esquecemos que a Bíblia sendo o livro de Deus, é também o livro do homem. Traz uma mensagem transcendente usando, porém, uma linguagem limitada pelo tempo e pelas mudanças socioculturais.
Devido as dificuldades aqui apresentadas, observamos então que a maneira menos dolorosa de ler e refletir as escrituras é usando como expediente investigatório a teologia Bíblica, dissecando de forma sincera e menos parcial possível (se é que alguém consegue) a ideia por trás do texto.
Convido você a observar apenas o livro de gênesis, livrando-se de todos os padrões interpretativos que recebeu por herança, por um breve período, olhe para esse livro como se fosse o único livro que a Bíblia possui. Leia então gênesis 3.1-5.
Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais.Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.
Qual a figura que se vê no texto? A figura do diabo? Não, em hipótese alguma, o texto refere-se a uma serpente, inclusive a chama de animal. Encontramos no texto: Deus, Adão, Eva e a serpente. O único ser espiritual no texto é Deus. Paulo (II Co.11.3) no uso da sua brilhante verve, não viu no texto mais do que o texto afirma de forma inexorável: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.”
No pensamento de Paulo não há nem um demônio no Jardim. Outro fato interessante, é que o Apóstolo dos gentios não atribui à serpente a entrada do pecado no mundo; ele não vê um demônio escondido entre as folhagens, esperando a oportunidade para possuir a serpente depois de ter sido expulso do céu. Definitivamente, não há nada disso na mente de Paulo: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm.5.12).
O que observamos é que nesse aspecto, a teologia do doutor dos gentios continua fiel ao pensamento judaico: O pecado é de total responsabilidade humana, a figura da serpente é interpretada como o desejo latente do homem em tornar-se senhor de si, independente e autossuficiente.
Podemos observar, ainda, que quando vem a punição (Gn.3.13,14), todos a sofrem, inclusive a serpente. Detalhe: A punição é para o “animal selvático” (serpente), não há punição para um espírito diabólico que supostamente houvesse se apossado dela.
No pensamento de Paulo não há nem um demônio no Jardim. Outro fato interessante, é que o Apóstolo dos gentios não atribui à serpente a entrada do pecado no mundo; ele não vê um demônio escondido entre as folhagens, esperando a oportunidade para possuir a serpente depois de ter sido expulso do céu. Definitivamente, não há nada disso na mente de Paulo: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm.5.12).
O que observamos é que nesse aspecto, a teologia do doutor dos gentios continua fiel ao pensamento judaico: O pecado é de total responsabilidade humana, a figura da serpente é interpretada como o desejo latente do homem em tornar-se senhor de si, independente e autossuficiente.
Podemos observar, ainda, que quando vem a punição (Gn.3.13,14), todos a sofrem, inclusive a serpente. Detalhe: A punição é para o “animal selvático” (serpente), não há punição para um espírito diabólico que supostamente houvesse se apossado dela.
Vale salientar que no Antigo testamento a fé em Deus é uma fé monista. Deus é Senhor absoluto da vida e da morte, do bem e do mal. Trataremos disso em breve, grande abraço.
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Não havia demônio no Éden
terça-feira, 26 de agosto de 2014
terça-feira, 12 de agosto de 2014
A NATUREZA É SUA AMIGA, PRESERVE-A!
segunda-feira, 28 de julho de 2014
Palestra: Misticismo no Evangelho
MISTICISMO NO EVANGELHO
ENTRADA FRANCA
DATA:
Domingo, 03/08/2014 - 9h00
LOCAL:
CLUBE CIFAMM
Av. Independência, Final da Rua da Apeti
Visualizar Mapa abaixo:
Ver Clube CIFAM num mapa maior
ENTRADA FRANCA
Domingo, 03/08/2014 - 9h00
LOCAL:
CLUBE CIFAMM
Av. Independência, Final da Rua da Apeti
Entre Mário Covas (à 500m da Mário Covas) e Rod. Quarenta Horas
Ananindeua - PAVisualizar Mapa abaixo:
Ver Clube CIFAM num mapa maior
domingo, 6 de julho de 2014
A RELIGIÃO DO FIM DOS TEMPOS
PALESTRA
A RELIGIÃO DO FIM DOS TEMPOS
ENTRADA FRANCA
DATA:
Domingo, 06/07/2014 - 9h00
Sítio Augusto Soares
Águas Lindas
Visualizar Sítio Augusto Soares
A RELIGIÃO DO FIM DOS TEMPOS
ENTRADA FRANCA
DATA:
Domingo, 06/07/2014 - 9h00
LOCAL:
Rua Jardim da Providência, 177Sítio Augusto Soares
Águas Lindas
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terça-feira, 29 de abril de 2014
Você Precisa Participar!
Ao cair da tarde daquele dia, o
primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com
medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E,
dizendo isto, lhes mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os
discípulos ao verem o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja
convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.
[…]
Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu:
Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não
puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei. (Jo. 20.19-21, 24, 25).
O texto joanino retrata um momento muito difícil para a fé dos discípulos. Por
outro lado, decisivo para o futuro da eclésia[1]
que havia de ser efetivada a partir do pentecoste. Há porém, algumas lições
simples, no entanto, objetivas a serem observadas. A primeira delas, é que
apesar de estarem com medo dos judeus, eles mantinham a comunhão uns com os
outros.
Nos
momentos de tensão, frustração e desespero, geralmente surge uma tendência à
fuga e isolamento. Pedro e a maioria dos seus companheiros de fé não escolheram
tal caminho. Estavam com medo, apreensivos, cheios de incertezas, mas
permaneceram juntos.
Melhor
é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se
caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo,
não haverá quem o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão;
mas um só como se aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe
resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade. (Ec. 4.9-12).
Deus
em sua sabedoria criou a eclésia, um corpo com muitos membros
diferentes, dependentes uns dos outros; labores diversos, entretanto,
sacralizados pela vida insuflada pelo Espírito, que faz, a despeito das
incongruências e paradoxos, a manutenção da indivisibilidade do corpo.
Ao
contrário do que comumente se pensa, o grande equívoco de Tomé não foi
primordialmente a dúvida sobre a ressurreição de Cristo, e sim, antes de tudo,
o abandono da comunhão dos irmãos. Tomé fez o que muitos fazem hoje: Se desiludiu
da fé por não ser aquilo que esperava, consequentemente
abandonou os “irmãos”, pois eram apenas “irmãos”, não eram amigos, não havia
comunhão real. Era apenas o que o secularismo capitalista produz hoje:
relacionamentos interesseiros e rasos, que não suportam as crises comuns à
vida.
Felizmente
Tomé teve um retorno ao bom senso, e voltou à comunhão dos aflitos e
apreensivos, tendo nesse retorno uma notícia no mínimo desconcertante: o mestre
havia ressuscitado. Como um aluno que faltara a essa aula, estava aturdido com
a “suposta” experiência dos seus amigos, e claro, não podia crer. Tomé não
possuía embasamento escriturístico de fé e de comunhão com a vida daquele
grupo. Crer na ressurreição naquele momento se tornara uma tarefa impossível
para ele.
É
somente na comunhão da eclésia, conforme afirma Paulo (Cl. 3.16), que
pode haver instrução e admoestação mútua, louvor, gratidão e a busca pelo
crescimento na graça e na fé. Logo, não deveríamos nos render às vicissitudes
da vida. Jesus não nos convida a abandonar a comunhão dos santos por causa do
secularismo e materialismo impingido por essa era, mas sim, relegar à última
instância tudo o que nos fere e nos impugna a caminhada de fé.
Outro
fator imprescindível para nós, é o desenvolvimento de um caráter com nuanças e
tons altruístas. Por isso, Paulo recomenda o perdoar e suportar uns aos outros
(Ef. 4.32; Cl. 3.13). Perdoar é passar por cima do nosso orgulho e
egocentrismo, é conceder uma nova oportunidade para aquele que nos trouxe
prejuízo.
Ainda
há algo sobremodo relevante para a contínua construção e aperfeiçoamento do
nosso caráter: aprendermos a suportar, dar suporte de verdade ao mais débil e
inexperiente na fé (Rm.15.1), não vivendo uma vida mesquinha do agrado próprio
(Rm.15.2,3). Você dirá: “Isso é impossível para mim!” Não é! Isso é questão de
exercício. É que passamos a vida nos exercitando unilateralmente, sempre
voltados para os nossos interesses.
O
homem foi criado para viver comunitariamente, para servir partilhando. Quem
aprende a servir é mais feliz. A felicidade não está na posse e na conquista,
elas são meios que nos conduzem a um contínuo relacionar-se, e nós,
desapercebidos não enxergamos. Mesmo os egocêntricos empedernidos sabem, ainda
que não o admitam, que a posse e a conquista nada valem sem o outro para
acolhê-las, admirá-las e entregar-lhes os “louros”.
Para
conquistar, seja em que âmbito for, precisamos uns dos outros. Por que não
viver isso na esfera comunal da eclésia, com a alegria e a dor que o servir
mútuo proporciona?
Conta-nos
as escrituras que Tomé depois da crise permaneceu com os discípulos até o pentecoste. Mais tarde, saiu pelo mundo
falando do Cristo ressurreto.
Segundo
um sábio sagrado, mais esperança se tem em um jovem pobre e sábio do que em um
monarca experiente, porém insensato, que não acolhe mais conselho de ninguém.
(Ec.4.13).
Deixe
de olhar só para si e seus problemas, abandone a autocomiseração. O que você
precisa é participar.
Em Cristo,
W anderley Nunes.
[1] Eclésia
aqui, é a Igreja não no sentido institucional ou denominacional que conhecemos,
mas o organismo vivo proposto por Cristo.
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quarta-feira, 16 de abril de 2014
segunda-feira, 31 de março de 2014
Somos livres?
A vida é feita de compromissos mútuos, numa interdependência democrático-ditatorial.
Sou livre?
Ao adquirir um bem por meio dos bombardeios publicitários nos intervalos da minha programação preferida na TV - quando poderia, por mim mesmo ter ido em busca de um outro não involucrado pela mídia circense, transformadora de abóboras em carruagens cinderélicas - onde foi parar minha liberdade? Tornou-se refém da vaidade e autoafirmação subjacentes em mim. Compro por mim ou pelos outros?
Sou livre! Grito aos quatro ventos.
A “máquina” não está interessada em mim. Como uma inescrupulosa viúva-negra, interessa-se apenas pelo que de mim pode extrair, mesmo que em seguida eu caia morto pela introjeção dos seus arquétipos mordazes.
Ela alimenta-se da minha ilusão do “ter-para” e não do “ser-eu”, acorrentando-me a inebriada ideia de que comprando o que na verdade eu não quero, serei incensado como quero, posto que o meu “querer ter” é apenas uma internalização de valores artificialmente forjados em mim, torno-me então, vassalo de uma máquina mortífera, subproduto de uma sociedade de exíguos maiorais e por outro lado, de um número sobejo e crescente de manipulados dos quais faço parte. Sou livre?
É estranho e nos causa espécie, a observação de como aceitamos sem hesitar as imposições ideológicas, sejam elas no âmbito das artes, da estética ou da política. Temos assim uma facilidade de entrar na “fôrma” do chamado stablishment. Definitivamente aceitamos ser nossa liberdade quimérica. Nos assumimos assim, na maioria das vezes, e de modo despudorado, como não livres.
É desse mundo irreal que Jesus nos liberta. Não falo do Jesus histórico, sujeito a cientificidade dos homens, muito menos do Jesus da teologia das faculdades e seminários, os quais pretensamente psicologam a mente de Deus; falo do Jesus vivo que de fato entra na vida dos seus filhos e com eles se incomoda, incomodando-os, mudando-os e conformando-os à sua ética.
Falo do Jesus pai que não pede licença para amar, pois pai que é pai não exige ocasião para isso. O Jesus pai também não faz cerimônia para falar à consciência, repreendendo, exortando, corrigindo… Fazendo feridas de amor, mas nunca se arrependendo de em amor ser pai.
O Jesus que conheço é tudo o que o sacro livro fala, mas ainda é muito mais. Deus é amor, todavia, humanizado em Cristo ele ama. Jesus olhou para aquele que estava doente e o amou, observou a multidão e a amou, na noite em que seria preso amou seus discípulos até o fim. Escolheu amar alguém que no momento mais difícil de sua vida o negou, trouxe para si atado em cordéis de vida aquele que respirava ameaças de morte, fazendo dele seu íntimo amigo.
Que seria de mim, mero homem, se buscasse por mim mesmo tal amor, quando nem o amor conhecia? Para onde iria eu, se nunca possui discernimento para observar a mágica manipulatória do secularismo a minha volta? Impossível seria então compreender o arrebatador amor de Jesus que me desgarrou das matilhas por onde andei, sem perceber que andava com lobos.
Sou livre? Graças a Deus, não.
No amor de Jesus,
Wanderley Nunes.
Sou livre?
Ao adquirir um bem por meio dos bombardeios publicitários nos intervalos da minha programação preferida na TV - quando poderia, por mim mesmo ter ido em busca de um outro não involucrado pela mídia circense, transformadora de abóboras em carruagens cinderélicas - onde foi parar minha liberdade? Tornou-se refém da vaidade e autoafirmação subjacentes em mim. Compro por mim ou pelos outros?
Sou livre! Grito aos quatro ventos.
A “máquina” não está interessada em mim. Como uma inescrupulosa viúva-negra, interessa-se apenas pelo que de mim pode extrair, mesmo que em seguida eu caia morto pela introjeção dos seus arquétipos mordazes.
Ela alimenta-se da minha ilusão do “ter-para” e não do “ser-eu”, acorrentando-me a inebriada ideia de que comprando o que na verdade eu não quero, serei incensado como quero, posto que o meu “querer ter” é apenas uma internalização de valores artificialmente forjados em mim, torno-me então, vassalo de uma máquina mortífera, subproduto de uma sociedade de exíguos maiorais e por outro lado, de um número sobejo e crescente de manipulados dos quais faço parte. Sou livre?
É estranho e nos causa espécie, a observação de como aceitamos sem hesitar as imposições ideológicas, sejam elas no âmbito das artes, da estética ou da política. Temos assim uma facilidade de entrar na “fôrma” do chamado stablishment. Definitivamente aceitamos ser nossa liberdade quimérica. Nos assumimos assim, na maioria das vezes, e de modo despudorado, como não livres.
É desse mundo irreal que Jesus nos liberta. Não falo do Jesus histórico, sujeito a cientificidade dos homens, muito menos do Jesus da teologia das faculdades e seminários, os quais pretensamente psicologam a mente de Deus; falo do Jesus vivo que de fato entra na vida dos seus filhos e com eles se incomoda, incomodando-os, mudando-os e conformando-os à sua ética.
Falo do Jesus pai que não pede licença para amar, pois pai que é pai não exige ocasião para isso. O Jesus pai também não faz cerimônia para falar à consciência, repreendendo, exortando, corrigindo… Fazendo feridas de amor, mas nunca se arrependendo de em amor ser pai.
O Jesus que conheço é tudo o que o sacro livro fala, mas ainda é muito mais. Deus é amor, todavia, humanizado em Cristo ele ama. Jesus olhou para aquele que estava doente e o amou, observou a multidão e a amou, na noite em que seria preso amou seus discípulos até o fim. Escolheu amar alguém que no momento mais difícil de sua vida o negou, trouxe para si atado em cordéis de vida aquele que respirava ameaças de morte, fazendo dele seu íntimo amigo.
Que seria de mim, mero homem, se buscasse por mim mesmo tal amor, quando nem o amor conhecia? Para onde iria eu, se nunca possui discernimento para observar a mágica manipulatória do secularismo a minha volta? Impossível seria então compreender o arrebatador amor de Jesus que me desgarrou das matilhas por onde andei, sem perceber que andava com lobos.
Sou livre? Graças a Deus, não.
No amor de Jesus,
Wanderley Nunes.
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terça-feira, 18 de março de 2014
Batismo 23/03/2014
BATISMO APOSTÓLICO
NESTE DOMINGO DIA 23/03/2013
HORÁRIO: À PARTIR DAS 09h00
LOCAL: CLUBE CIFAMM
Av. Independência, Final da Rua da Apeti
Mapa abaixo:
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NESTE DOMINGO DIA 23/03/2013
HORÁRIO: À PARTIR DAS 09h00
LOCAL: CLUBE CIFAMM
Av. Independência, Final da Rua da Apeti
Entre Mário Covas (à 500m da Mário Covas) e Rod. Quarenta Horas
Ananindeua - PAMapa abaixo:
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sábado, 1 de março de 2014
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Coopere com o Programa A Fé em Ação
Apresentado diariamente por Wanderley Nunes
TVM (Canal 17) às 7h00 e às 23h30 Belém/PA.
Ouça também na Rádio Amazônia Viva FM 89,5 MHz Belém/PA de Segunda a Sexta às 07h30
COOPERE COM O PROGRAMA A FÉ EM AÇÃO
Enquete
Participe da enquete no site da rádio Amazônia Viva FM 89,5 http:// amazoniaviva.com.br/
Enquete dos Programas de segunda a sexta.
Vote no Programa que você mais gosta:
Programa a Fé em Ação com Wanderley Nunes, é claro.
Caso não seja exibida a enquete com os programas de segunda a sexta, click em "Resultado Parcial" até aparecer a enquete com o nome dos programas.
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terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Igreja e homoafetividade
Neste
momento de tanta controvérsia, quando a liderança evangélica se autoproclama
defensora da moral e dos bons costumes
da família brasileira, sobretudo se lançando em fúria desdenhosa contra os
relacionamentos homoafetivos, venho, neste espaço, declarar minha total repulsa
a tal movimento, que nem de longe representa o ideário do povo cristão, muito
menos apresenta qualquer similaridade
com o Evangelho de Jesus Cristo, o qual sempre atendeu aos anseios das minorias, surpreendendo-as com um amor que
chegava a possuir nuanças poéticas, de tão desambicioso e apolitizado que era.
O que temos observado é que um incidente (ou não seria um acidente?) catapultou personagens políticos, até então de exígua expressão ao “seleto” clã dos figurões nacionais. Na verdade se descobriu nesse entrevero acidental, uma riquíssima “casa da pólvora”, capaz de abastecer a gana guerrilheira de sede por poder político, custe o que custar. E se a bola da vez é o casamento homoafetivo, ou a PL 122, melhor ainda.
Seguindo
os ditames desses líderes, se deve olhar para os homoafetivos como dalits,
seres inferiores. E é precisamente aí que o engendramento político-religioso
ganha força, justamente no ponto em que deveria ser mais fraco. Mais fraco na
discriminação, mais fraco no ódio, mais fraco no revanchismo. A “igreja” que
segue as ordens veladas desses “formadores de opinião”, não deveria se
autoproclamar igreja, pois as prerrogativas que estão sendo usadas apontam muito mais para uma ética nietzschiana, em que o
altruísmo é uma fraqueza, e a moral invenção dos fracos.
A reação dos LGBTs ante a eleição para a Comissão dos Direitos Humanos e Minorias (CDHM) de alguém que lhes parece na prática contrário aos seus direitos, seria de se esperar, pois é comum a qualquer grupo social cristão ou não - ou que tenha em sua membresia diversidades de crenças, sentindo-se vilipendiado em seus direitos enquanto cidadãos - protestar e rechaçar veementemente atitudes que sentem preconceituosas. Por outro lado, a recíproca por parte da igreja nunca deveria ter acontecido.
Seria uma vitória da igreja e porque não dizer, da fé
cristã, o assentimento a união civil dos homoafetivos, pois o que está em jogo
são os direitos do cidadão, e sobre isso igreja alguma tem o direito de
arbitrar. O cidadão, hétero ou homossexual, deve ter o poder de escolher com
quem se une e para quem deixa sua herança, sem que para isso necessite aríetes
jurídicos para se livrar dos nós dados pelo setor que mais deveria fazer bulha
por democracia e igualitariedade.
Jesus Cristo, a figura basilar da fé cristã, foi antes de tudo um cidadão judeu, observador das rígidas regras da Torah, todavia, não literalizou, muito menos necrosou a palavra, antes a viveu no espírito do amor gracioso de Deus.
Para Jesus mais importante do que apedrejar a adúltera era
conceder-lhe a oportunidade de rever seus conceitos; mais importante do que
expor ao ridículo um famigerado cobrador de impostos, era se auto convidar para jantar e dormir em sua
casa, gerando no publicano um processo reflexivo decorrente de acolhimento e
desvelo inesperado por parte daquele que mais possuía condições éticas e morais para condená-lo.
A liderança da igreja, hoje, no mesmo espírito dos escribas
e fariseus da época de Jesus, fazem vistas grossas ao genuíno discurso e
prática do grande mestre. Isso se torna patente quando há uma acurada análise
da vida que Cristo viveu e seu trato com todo aquele que ia ao seu encontro com
pureza de alma, em busca de alívio e paz.
A Igreja logo cedo desaprendeu a misericórdia e graça da
ética de Cristo, e se não adulterou os textos bíblicos por causa do seu medo de
assumir um Jesus sem preconceitos, pelo menos suavizou algumas traduções, as quais, exegeticamente
deixam à mostra um Nazareno muito menos mítico-religioso, que ama ao que mais
necessita ser amado e que é bem mais humano e identificado com as dores dos
menos favorecidos e alijados socialmente. Isso, se lido assim, de forma menos
religiosa e mais crua.
Jesus era alguém de fato interessado no próximo, apenas
pelo próximo que esse alguém era. No episódio registrado em Mateus 10.5-13, um
centurião romano é senhor de um escravo jovem, que no texto grego deixa pouca margem para
se negar haver um relacionamento homoafetivo entre ambos, porém, o que Mateus
corajosamente parece demonstrar é como o messias era acolhedor, definitivamente
ele não era homofóbico.
Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um
centurião, implorando:
Senhor, o meu criado ( παις= amante) jaz em casa, de cama,
paralítico, sofrendo horrivelmente.
Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo.
Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que
entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz ( παις=
amante) será curado.
Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho
soldados às minhas ordens e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele
vem; e ao meu servo( δουλος= escravo, servo) faze isto, e ele o faz.
Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o
seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta.
Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com
Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. Ao passo que os filhos do reino serão
lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes. Então,
disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela
mesma hora, o servo( παις= amante) foi curado. (Mt. 8. 5-13)
Jesus não foi preconceituoso, o que se pode notar é o quanto
Jesus foi gracioso com o centurião atendendo a um pedido de socorro.
Conforme observamos, só Mateus usa o termo παις (pais –
termo grego para “amante”), o qual apontava 90% das vezes para um
relacionamento homoafetivo, sempre empregado para um servo jovem, usado
sexualmente, algo comum na cultura de alguns povos daquele tempo. Os Judeus
para os quais o Evangelho de Mateus foi escrito, eram familiarizados com essa
situação dos soldados Romanos.
Por isso, o evangelista usa o termo παις (pais = amante)
sem pudor algum. Quando o centurião fala no mesmo texto sobre os outros que lhe
obedecem usa a palavra δουλος (doulos = servo, escravo). Os demais Evangelhos
dirigidos a outros públicos, evitam a palavra παις (pais= amante), usando o
termo υιος (huios = filho) traduzido sem ensejar outro sentido. O grande
exemplo disso é Jo. 4.46. Já Lc. 7.2 substitui παις (pais = amante) por δουλος
(doulos = servo, escravo).
Como judeu, Jesus sabia da rudeza da lei com relação a
homoafetividade, isso todos sabiam. Ele sabia também quanto essas pessoas já
sofriam em si mesmas por assumirem sua opção sexual. Não precisavam de mais
condenação e sim de amor. Se Jesus, o mestre por excelência, não desejou
condenar o centurião condenado pela sociedade judaica do seu tempo, não deveria
ser a posição da igreja no mínimo similar à do seu líder maior?
Não queremos, como cristãos que somos, que a Bíblia, nossa
regra mor de fé e prática, seja desprezada, é direito da igreja enquanto cidadã
poder realizar o seu culto e liturgia conforme preceitua as Escrituras. Nelas
não há anuência ao casamento de pessoas do mesmo sexo.
Se constitucionalmente a Igreja tem o direito de realizar o cerimonial idílico daqueles que fazem parte da sua membresia, os quais, acatam uma visão heterossexual do casamento, e por conseguinte declinar do convite a realização de casamento homoafetivo, do mesmo modo, aquele que não esposa a mesma fé, tem democraticamente o direito de unir-se civilmente com quem desejar sem a intervenção das instâncias religiosas as quais não estão ligados.
Vivemos pelo menos em tese, em uma democracia, devemos
então exercitá-la a partir do princípio da equidade. Se há direitos, eles são
comuns a todos. Não é porque creio, que o meu crer torna-me socialmente
superior ao ceticista, antes sua descrença deve servir de cercas fronteiriças à
minha, por vezes, destemperada credulidade.
Paradoxalmente, minha postura crédula como militante a serviço do etéreo, de forma cristocêntrica sempre me conduzirá aos pés do eterno e aos braços e abraços daquele que difere, possibilitando em muitas ocasiões a descrença da descrença. Quando isso acontece, percebe-se a vitória do amor, do respeito e da cidadania, por conseguinte, a vitória do bem comum. Assim penso Cristo, assim penso a igreja.
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BATISMO 26/01/2014
DOMINGO: 26/01/2014
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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
O natal: Verdade histórica ou engano pagão?
Qual a ideia que se teria de um povo que trocou a data de nascimento do seu governante supremo,tido como o maior exemplo de heroísmo, desprendimento e altruísmo jamais vistos por qualquer comunidade em todo o mundo-já que no seu livro de registro essa data é no mínimo incerta - particularmente ele mesmo como líder dessa imensa turba nunca mencionou ou fez algum reclame sobre a comemoração do seu natalício1. Mesmo assim, de forma obstinada continuam através dos anos, a prestar-lhe essa “estranha” homenagem.
Qual a idéia que se teria de um povo, que no período do aniversário do seu incomparável herói, apreciado até por aqueles que professam outras filosofias de vida, protagonizam um “show” de carnificina no trânsito, comparável as aberrantes batalhas civis, a ponto de deixar o hezbollah e a alcaida com uma pontinha de inveja, pois só no período de preparação das festas natalinas até o final de 2008, foram registrados no Brasil 7.140 acidentes, com 4.795 feridos e 435 mortos2.
Qual a idéia que se teria de um povo, cujo herói é conhecido faustosamente como o infalível provedor e o amigo das crianças, e, no entanto, apresentam à essas crianças um herói fictício, com renas, trenós e gnomos, seres no mínimo estranhos ao Reino do sublime líder. Esse superman vermelho surge “coincidentemente” no pseudo natalício do imarcescível herói, como encarnando, ou melhor, substituindo sua figura, provendo no seu próprio nome o que deveria ser posto no nome do aniversariante.
Qual a idéia que se teria de um povo que se jacta de ser o seu líder a personificação da verdade3 e baseiam uma homenagem a sua pessoa em mentiras4, cuja procedência e conseqüências nada têm em comum com seu caráter ilibado, moderado e pacífico. No intuito de que se possa refletir acuradamente sobre a ética e os valores genuinamente Cristãos, cabe uma análise á luz das escrituras, buscando-se bases históricas confiáveis as quais respondam a questão: O natal : verdade histórica ou engano pagão?
Nas páginas das escrituras o que se pode encontrar sobre a data do nascimento do Senhor são os fatos relatados por Lucas5, o qual refuta incisivamente e por si só a tradição que põe o nascimento do Senhor Jesus para o mês equivalente a dezembro, pois o escritor sacro afirma que no momento em que cristo nasceu, os rebanhos estavam nos campos e eram guardados pelos seus pastores. Logo, jamais seriam encontrados ali se fosse dezembro6, pois era inverno, chegando a nevar em algumas regiões.7 Sendo assim, qual seria a razão para se comemorar o nascimento de Jesus numa data tão improvável?
Sabe-se que pelo menos nos três primeiros séculos da era cristã, o nascimento de Jesus não era comemorado. Só depois do ano 350 o natal passou a ser adotado no ocidente como uma festa cristã8 comemorado no dia 25 de dezembro. Na verdade, essa data era o dia da celebração pagã do “sol vitorioso” Dies Natalis Invicti Solis9, homenagem aquele que deveria ser invocado a fim de se obter o calor por ele emanado que se achava em algum lugar do espaço acima dos percalços do frio invernoso.
Um decreto do Papa Júlio I, estabeleceu a substituição da veneração ao deus sol pela data em que teria nascido Jesus o Salvador10. Assim o dia 25 de Dezembro foi “cristianizado,”ou seja, o paganismo adentrou no Cristianismo pela porta da frente, com toda anuência da sua autoridade maior.
Se Jesus não nasceu em dezembro, e ordenou tão somente a celebração da sua morte, e, observando-se o verdadeiro holocausto produzido na comemoração do aniversário que definitivamente não é o seu; onde os símbolos natalinos nada tem haver com o genuíno espirito cristão, baseando-se em elementos do esoterismo; uma festa na qual se ensina aos infantes dirigirem suas petições ao papai noel, confiando os seus sonhos de criança ao inexistente. Como há de se extrair adoração verdadeira ao Senhor nessa data? se a festa natalina e tudo o que a rodeia está saturado de mitologias pagãs e esotéricas, ou seja, uma homenagem de mentira ao senhor da verdade.
Seria o natal uma verdade histórica ou engano pagão? Responda você mesmo!
Wanderley Nunes.
1 As Escrituras registram a ordem do Senhor para que se celebre (comemore) sua morte Lc.22.19, I.Co.11.24, não o seu nascimento.
2 Estatística apresentada por http//opovo.uol.com.br
3 Jo.14.6
4 Jo.8.44- 8.55. I Jo.2.21.
5 Lc.2.8
6 Quisleu é o mês equivalente a Dezembro no calendário hebraico. Bíblia de estudo pentecostal, p.152.
7 ibdem
8 Cairns, Earle E. O Cristianismo através dos séculos,p.103.
9 Comby, Jean. História da Igreja I. p.81.
10 pt.wikipédia.org. Papa Júlio I.
Ananindeua, 23/12/2009.
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