terça-feira, 29 de abril de 2014

Você Precisa Participar!

Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E, dizendo isto, lhes mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.
[…] Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei. (Jo. 20.19-21, 24, 25).

O texto joanino retrata um momento muito difícil para a fé dos discípulos. Por outro lado,  decisivo para o futuro da eclésia[1] que havia de ser efetivada a partir do pentecoste. Há porém, algumas lições simples, no entanto, objetivas a serem observadas. A primeira delas, é que apesar de estarem com medo dos judeus, eles mantinham a comunhão uns com os outros.

Nos momentos de tensão, frustração e desespero, geralmente surge uma tendência à fuga e isolamento. Pedro e a maioria dos seus companheiros de fé não escolheram tal caminho. Estavam com medo, apreensivos, cheios de incertezas, mas permaneceram juntos.

Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade. (Ec. 4.9-12).

Deus em sua sabedoria criou a eclésia, um corpo com muitos membros diferentes, dependentes uns dos outros; labores diversos, entretanto, sacralizados pela vida insuflada pelo Espírito, que faz, a despeito das incongruências e paradoxos, a manutenção da indivisibilidade do corpo.

Ao contrário do que comumente se pensa, o grande equívoco de Tomé não foi primordialmente a dúvida sobre a ressurreição de Cristo, e sim, antes de tudo, o abandono da comunhão dos irmãos. Tomé fez o que muitos fazem hoje: Se desiludiu da fé por não ser aquilo que esperava, consequentemente abandonou os “irmãos”, pois eram apenas “irmãos”, não eram amigos, não havia comunhão real. Era apenas o que o secularismo capitalista produz hoje: relacionamentos interesseiros e rasos, que não suportam as crises comuns à vida.

Felizmente Tomé teve um retorno ao bom senso, e voltou à comunhão dos aflitos e apreensivos, tendo nesse retorno uma notícia no mínimo desconcertante: o mestre havia ressuscitado. Como um aluno que faltara a essa aula, estava aturdido com a “suposta” experiência dos seus amigos, e claro, não podia crer. Tomé não possuía embasamento escriturístico de fé e de comunhão com a vida daquele grupo. Crer na ressurreição naquele momento se tornara uma tarefa impossível para ele.

É somente na comunhão da eclésia, conforme afirma Paulo (Cl. 3.16), que pode haver instrução e admoestação mútua, louvor, gratidão e a busca pelo crescimento na graça e na fé. Logo, não deveríamos nos render às vicissitudes da vida. Jesus não nos convida a abandonar a comunhão dos santos por causa do secularismo e materialismo impingido por essa era, mas sim, relegar à última instância tudo o que nos fere e nos impugna a caminhada de fé.

Outro fator imprescindível para nós, é o desenvolvimento de um caráter com nuanças e tons altruístas. Por isso, Paulo recomenda o perdoar e suportar uns aos outros (Ef. 4.32; Cl. 3.13). Perdoar é passar por cima do nosso orgulho e egocentrismo, é conceder uma nova oportunidade para aquele que nos trouxe prejuízo.

Ainda há algo sobremodo relevante para a contínua construção e aperfeiçoamento do nosso caráter: aprendermos a suportar, dar suporte de verdade ao mais débil e inexperiente na fé (Rm.15.1), não vivendo uma vida mesquinha do agrado próprio (Rm.15.2,3). Você dirá: “Isso é impossível para mim!” Não é! Isso é questão de exercício. É que passamos a vida nos exercitando unilateralmente, sempre voltados para os nossos interesses.




O homem foi criado para viver comunitariamente, para servir partilhando. Quem aprende a servir é mais feliz. A felicidade não está na posse e na conquista, elas são meios que nos conduzem a um contínuo relacionar-se, e nós, desapercebidos não enxergamos. Mesmo os egocêntricos empedernidos sabem, ainda que não o admitam, que a posse e a conquista nada valem sem o outro para acolhê-las, admirá-las e entregar-lhes os “louros”.

Para conquistar, seja em que âmbito for, precisamos uns dos outros. Por que não viver isso na esfera comunal da eclésia, com a alegria e a dor que o servir mútuo proporciona?
Conta-nos as escrituras que Tomé depois da crise permaneceu com os discípulos até o  pentecoste. Mais tarde, saiu pelo mundo falando do Cristo ressurreto.
Segundo um sábio sagrado, mais esperança se tem em um jovem pobre e sábio do que em um monarca experiente, porém insensato, que não acolhe mais conselho de ninguém. (Ec.4.13).

Deixe de olhar só para si e seus problemas, abandone a autocomiseração. O que você precisa é participar.


Em Cristo,


W anderley Nunes.


[1] Eclésia aqui, é a Igreja não no sentido institucional ou denominacional que conhecemos, mas o organismo vivo proposto por Cristo.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Somos livres?

A  vida é feita de compromissos mútuos, numa interdependência democrático-ditatorial.

Sou livre?

Ao adquirir um bem por meio dos bombardeios publicitários nos intervalos da minha programação preferida na TV - quando poderia, por mim mesmo ter ido em busca de um outro não involucrado pela mídia circense, transformadora de abóboras em carruagens cinderélicas - onde foi parar minha liberdade? Tornou-se refém da vaidade e autoafirmação subjacentes em mim. Compro por mim ou pelos outros?


Sou livre! Grito aos quatro ventos.

A “máquina” não está interessada em mim. Como uma inescrupulosa viúva-negra, interessa-se apenas pelo que de mim pode extrair, mesmo que em seguida eu caia morto pela introjeção dos seus arquétipos mordazes.

Ela alimenta-se da minha ilusão do  “ter-para” e não do “ser-eu”, acorrentando-me a inebriada ideia de que comprando o que na verdade eu não quero, serei incensado como quero, posto que o meu “querer ter” é apenas uma internalização de valores artificialmente forjados em mim, torno-me então, vassalo de uma máquina mortífera, subproduto de uma sociedade de exíguos maiorais e por outro lado, de um número sobejo e crescente de manipulados dos quais faço parte. Sou livre?

É estranho e nos causa espécie, a observação de como aceitamos sem hesitar as imposições ideológicas, sejam elas no âmbito das artes, da estética ou da política. Temos assim uma facilidade de entrar na “fôrma” do chamado stablishment. Definitivamente  aceitamos ser nossa liberdade quimérica. Nos assumimos assim, na maioria das vezes, e de modo despudorado, como não livres.

É desse mundo irreal que Jesus nos liberta. Não falo do Jesus histórico, sujeito a cientificidade dos homens, muito menos do Jesus da teologia das faculdades e seminários, os quais pretensamente psicologam a mente de Deus; falo do Jesus vivo que de fato entra na vida dos seus filhos e com eles se incomoda, incomodando-os, mudando-os e conformando-os à sua ética.

Falo do Jesus pai que não pede licença para amar, pois pai que é pai não exige ocasião para isso. O Jesus pai também não faz cerimônia para falar à consciência, repreendendo, exortando, corrigindo… Fazendo feridas de amor, mas nunca se arrependendo de em amor ser pai.

O Jesus que conheço é tudo o que o sacro livro fala, mas ainda é muito mais. Deus é amor, todavia, humanizado em Cristo ele ama. Jesus olhou para aquele que estava doente e o amou, observou a multidão e a amou, na noite em que seria preso amou seus discípulos até o fim. Escolheu amar alguém que no momento mais difícil de sua vida o negou, trouxe para si atado em cordéis de vida aquele que respirava ameaças de morte, fazendo dele seu íntimo amigo.


Que seria de mim, mero homem, se buscasse por mim mesmo tal amor, quando nem o amor conhecia? Para onde iria eu, se nunca possui discernimento para observar a mágica manipulatória do secularismo a minha volta? Impossível seria então compreender o arrebatador amor de Jesus que me desgarrou das matilhas por onde andei, sem perceber que andava com lobos.

Sou livre? Graças a Deus, não.

                                            No amor de Jesus,
Wanderley Nunes.

terça-feira, 18 de março de 2014

Batismo 23/03/2014

BATISMO APOSTÓLICO
NESTE DOMINGO DIA 23/03/2013
HORÁRIO: À PARTIR DAS 09h00
LOCAL: CLUBE CIFAMM
Av. Independência, Final da Rua da Apeti
Entre Mário Covas (à 500m da Mário Covase Rod. Quarenta Horas
Ananindeua - PA

Mapa abaixo:


Ver Clube CIFAM num mapa maior


Exibido todos os dias às 23h30 na TV Bacana Canal - Canal 17

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Coopere com o Programa A Fé em Ação


Programa A Fé em Ação
Apresentado diariamente por Wanderley Nunes
 TVM (Canal 17) às 7h00 e às 23h30 Belém/PA. 

 Ouça também na Rádio Amazônia Viva FM 89,5 MHz  Belém/PA de Segunda a Sexta às 07h30 
 ou online  http://amazoniaviva.com.br 


COOPERE COM O PROGRAMA A FÉ EM AÇÃO

 Redes Sociais: 
Exibido todos os dias às 23h30 na TV Bacana Canal - Canal 17

Enquete

Participe da enquete no site da rádio Amazônia Viva FM 89,5 http://amazoniaviva.com.br/
Enquete dos Programas de segunda a sexta.
Vote no Programa que você mais gosta:
Programa a Fé em Ação com Wanderley Nunes, é claro.
Caso não seja exibida a enquete com os programas de segunda a sexta, click em "Resultado Parcial" até aparecer a enquete com o nome dos programas.



Exibido todos os dias às 23h30 na TV Bacana Canal - Canal 17

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Igreja e homoafetividade

Neste momento de tanta controvérsia, quando a liderança evangélica se autoproclama defensora da  moral e dos bons costumes da família brasileira, sobretudo se lançando em fúria desdenhosa contra os relacionamentos homoafetivos, venho, neste espaço, declarar minha total repulsa a tal movimento, que nem de longe representa o ideário do povo cristão, muito menos apresenta  qualquer similaridade com o Evangelho de Jesus Cristo, o qual sempre atendeu aos anseios das  minorias, surpreendendo-as com um amor que chegava a possuir nuanças poéticas, de tão desambicioso e apolitizado que era.

O que temos observado é que um incidente (ou não seria um acidente?) catapultou personagens políticos, até então de exígua expressão ao “seleto” clã dos figurões nacionais. Na verdade se  descobriu nesse entrevero acidental, uma riquíssima “casa da pólvora”, capaz de abastecer a gana  guerrilheira de sede por poder político, custe o que custar. E se a bola da vez é o casamento homoafetivo, ou a PL 122, melhor ainda.

Seguindo os ditames desses líderes, se deve olhar para os homoafetivos como dalits, seres inferiores. E é precisamente aí que o engendramento político-religioso ganha força, justamente no ponto em que deveria ser mais fraco. Mais fraco na discriminação, mais fraco no ódio, mais fraco no revanchismo. A “igreja” que segue as ordens veladas desses “formadores de opinião”, não deveria se autoproclamar igreja, pois as prerrogativas que estão sendo usadas apontam muito mais para uma ética nietzschiana, em que o altruísmo é uma fraqueza, e a moral invenção dos fracos.

A reação dos LGBTs ante a eleição para a Comissão dos Direitos Humanos e Minorias (CDHM) de alguém que lhes parece na prática contrário aos seus direitos, seria de se esperar, pois é comum a qualquer grupo social  cristão ou não - ou que tenha em sua membresia diversidades de crenças,  sentindo-se vilipendiado em seus direitos enquanto cidadãos - protestar e rechaçar veementemente  atitudes que sentem preconceituosas. Por outro lado, a recíproca por parte da igreja nunca deveria  ter acontecido.

Seria uma vitória da igreja e porque não dizer, da fé cristã, o assentimento a união civil dos homoafetivos, pois o que está em jogo são os direitos do cidadão, e sobre isso igreja alguma tem o direito de arbitrar. O cidadão, hétero ou homossexual, deve ter o poder de escolher com quem se une e para quem deixa sua herança, sem que para isso necessite aríetes jurídicos para se livrar dos nós dados pelo setor que mais deveria fazer bulha por democracia e igualitariedade.

Jesus Cristo, a figura basilar da fé cristã, foi antes de tudo um cidadão judeu, observador das rígidas  regras da Torah, todavia, não literalizou, muito menos necrosou a palavra, antes a viveu no espírito do amor gracioso de Deus.

Para Jesus mais importante do que apedrejar a adúltera era conceder-lhe a oportunidade de rever seus conceitos; mais importante do que expor ao ridículo um famigerado cobrador de impostos, era  se auto convidar para jantar e dormir em sua casa, gerando no publicano um processo reflexivo decorrente de acolhimento e desvelo inesperado por parte daquele que mais possuía condições  éticas e morais para condená-lo.

A liderança da igreja, hoje, no mesmo espírito dos escribas e fariseus da época de Jesus, fazem vistas grossas ao genuíno discurso e prática do grande mestre. Isso se torna patente quando há uma acurada análise da vida que Cristo viveu e seu trato com todo aquele que ia ao seu encontro com pureza de alma, em busca de alívio e paz.

A Igreja logo cedo desaprendeu a misericórdia e graça da ética de Cristo, e se não adulterou os textos bíblicos por causa do seu medo de assumir um Jesus sem preconceitos, pelo menos suavizou  algumas traduções, as quais, exegeticamente deixam à mostra um Nazareno muito menos mítico-religioso, que ama ao que mais necessita ser amado e que é bem mais humano e identificado com as dores dos menos favorecidos e alijados socialmente. Isso, se lido assim, de forma menos religiosa e mais crua.

Jesus era alguém de fato interessado no próximo, apenas pelo próximo que esse alguém era. No episódio registrado em Mateus 10.5-13, um centurião romano é senhor de um escravo jovem, que no texto grego deixa pouca margem para se negar haver um relacionamento homoafetivo entre ambos, porém, o que Mateus corajosamente parece demonstrar é como o messias era acolhedor, definitivamente ele não era homofóbico.

Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando:
Senhor, o meu criado ( παις= amante) jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente.
Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo.
Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz ( παις= amante) será curado.
Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho soldados às minhas ordens e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo( δουλος= escravo, servo) faze isto, e ele o faz.
 Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta. Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes. Então, disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo( παις= amante) foi curado. (Mt. 8. 5-13)

Jesus não foi preconceituoso, o que se pode notar é o quanto Jesus foi gracioso com o centurião atendendo a um pedido de socorro.

Conforme observamos, só Mateus usa o termo παις (pais – termo grego para “amante”), o qual apontava 90% das vezes para um relacionamento homoafetivo, sempre empregado para um servo jovem, usado sexualmente, algo comum na cultura de alguns povos daquele tempo. Os Judeus para os quais o Evangelho de Mateus foi escrito, eram familiarizados com essa situação dos soldados Romanos.

Por isso, o evangelista usa o termo παις (pais = amante) sem pudor algum. Quando o centurião fala no mesmo texto sobre os outros que lhe obedecem usa a palavra δουλος (doulos = servo, escravo). Os demais Evangelhos dirigidos a outros públicos, evitam a palavra παις (pais= amante), usando o termo υιος (huios = filho) traduzido sem ensejar outro sentido. O grande exemplo disso é Jo. 4.46. Já Lc. 7.2 substitui παις (pais = amante) por δουλος (doulos = servo, escravo).

Como judeu, Jesus sabia da rudeza da lei com relação a homoafetividade, isso todos sabiam. Ele sabia também quanto essas pessoas já sofriam em si mesmas por assumirem sua opção sexual. Não precisavam de mais condenação e sim de amor. Se Jesus, o mestre por excelência, não desejou condenar o centurião condenado pela sociedade judaica do seu tempo, não deveria ser a posição da igreja no mínimo similar à do seu líder maior?

Não queremos, como cristãos que somos, que a Bíblia, nossa regra mor de fé e prática, seja desprezada, é direito da igreja enquanto cidadã poder realizar o seu culto e liturgia conforme preceitua as Escrituras. Nelas não há anuência ao casamento de pessoas do mesmo sexo.

Se constitucionalmente a Igreja tem o direito de realizar o cerimonial idílico daqueles que fazem parte da sua membresia, os quais, acatam uma visão heterossexual do casamento, e por conseguinte declinar do convite a realização de casamento homoafetivo, do mesmo modo, aquele que não esposa a mesma fé, tem democraticamente o direito de unir-se civilmente com quem desejar sem a intervenção das instâncias religiosas as quais não estão ligados.

Vivemos pelo menos em tese, em uma democracia, devemos então exercitá-la a partir do princípio da equidade. Se há direitos, eles são comuns a todos. Não é porque creio, que o meu crer torna-me socialmente superior ao ceticista, antes sua descrença deve servir de cercas fronteiriças à minha, por vezes, destemperada credulidade.

Paradoxalmente, minha postura crédula como militante a serviço do etéreo, de forma cristocêntrica sempre me conduzirá aos pés do eterno e aos braços e abraços daquele que difere, possibilitando em muitas ocasiões a descrença da descrença. Quando isso acontece, percebe-se a vitória do amor, do respeito e da cidadania, por conseguinte, a vitória do bem comum. Assim penso Cristo, assim penso a igreja.

Wanderley Nunes.

BATISMO 26/01/2014

DOMINGO: 26/01/2014 
Estrada do Maguari - Ananindeua
9h


Ver Estrada do Curuçambá, 260-540 - Maguari num mapa maior

 Redes Sociais: 
Exibido todos os dias às 23h30 na TV Bacana Canal - Canal 17

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O natal: Verdade histórica ou engano pagão?

papai noel
Qual a ideia que se teria de um povo que trocou a data de nascimento do seu governante supremo,tido como o maior exemplo de heroísmo, desprendimento e altruísmo jamais vistos por qualquer comunidade em todo o mundo-já que no seu livro de registro essa data é no mínimo incerta - particularmente ele mesmo como líder dessa imensa turba nunca mencionou ou fez algum reclame sobre a comemoração do seu natalício1. Mesmo assim, de forma obstinada continuam através dos anos, a prestar-lhe essa “estranha” homenagem.
Qual a idéia que se teria de um povo, que no período do aniversário do seu incomparável herói, apreciado até por aqueles que professam outras filosofias de vida, protagonizam um “show” de carnificina no trânsito, comparável as aberrantes batalhas civis, a ponto de deixar o hezbollah e a alcaida com uma pontinha de inveja, pois só no período de preparação das festas natalinas até o final de 2008, foram registrados no Brasil 7.140 acidentes, com 4.795 feridos e 435 mortos2.
Qual a idéia que se teria de um povo, cujo herói é conhecido faustosamente como o infalível provedor e o amigo das crianças, e, no entanto, apresentam à essas crianças um herói fictício, com renas, trenós e gnomos, seres no mínimo estranhos ao Reino do sublime líder. Esse superman vermelho surge “coincidentemente” no pseudo natalício do imarcescível herói, como encarnando, ou melhor, substituindo sua figura, provendo no seu próprio nome o que deveria ser posto no nome do aniversariante.
Qual a idéia que se teria de um povo que se jacta de ser o seu líder a personificação da verdade3 e baseiam uma homenagem a sua pessoa em mentiras4, cuja procedência e conseqüências nada têm em comum com seu caráter ilibado, moderado e pacífico. No intuito de que se possa refletir acuradamente sobre a ética e os valores genuinamente Cristãos, cabe uma análise á luz das escrituras, buscando-se bases históricas confiáveis as quais respondam a questão: O natal : verdade histórica ou engano pagão?
Nas páginas das escrituras o que se pode encontrar sobre a data do nascimento do Senhor são os fatos relatados por Lucas5, o qual refuta incisivamente e por si só a tradição que põe o nascimento do Senhor Jesus para o mês equivalente a dezembro, pois o escritor sacro afirma que no momento em que cristo nasceu, os rebanhos estavam nos campos e eram guardados pelos seus pastores. Logo, jamais seriam encontrados ali se fosse dezembro6, pois era inverno, chegando a nevar em algumas regiões.7 Sendo assim, qual seria a razão para se comemorar o nascimento de Jesus numa data tão improvável?
Sabe-se que pelo menos nos três primeiros séculos da era cristã, o nascimento de Jesus não era comemorado. Só depois do ano 350 o natal passou a ser adotado no ocidente como uma festa cristã8 comemorado no dia 25 de dezembro. Na verdade, essa data era o dia da celebração pagã do “sol vitorioso” Dies Natalis Invicti Solis9, homenagem aquele que deveria ser invocado a fim de se obter o calor por ele emanado que se achava em algum lugar do espaço acima dos percalços do frio invernoso.
Um decreto do Papa Júlio I, estabeleceu a substituição da veneração ao deus sol pela data em que teria nascido Jesus o Salvador10. Assim o dia 25 de Dezembro foi “cristianizado,”ou seja, o paganismo adentrou no Cristianismo pela porta da frente, com toda anuência da sua autoridade maior.
Se Jesus não nasceu em dezembro, e ordenou tão somente a celebração da sua morte, e, observando-se o verdadeiro holocausto produzido na comemoração do aniversário que definitivamente não é o seu; onde os símbolos natalinos nada tem haver com o genuíno espirito cristão, baseando-se em elementos do esoterismo; uma festa na qual se ensina aos infantes dirigirem suas petições ao papai noel, confiando os seus sonhos de criança ao inexistente. Como há de se extrair adoração verdadeira ao Senhor nessa data? se a festa natalina e tudo o que a rodeia está saturado de mitologias pagãs e esotéricas, ou seja, uma homenagem de mentira ao senhor da verdade.
Seria o natal uma verdade histórica ou engano pagão? Responda você mesmo!

Wanderley Nunes.

1 As Escrituras registram a ordem do Senhor para que se celebre (comemore) sua morte Lc.22.19, I.Co.11.24, não o seu nascimento.
2 Estatística apresentada por http//opovo.uol.com.br
3 Jo.14.6
4 Jo.8.44- 8.55. I Jo.2.21.
5 Lc.2.8
6 Quisleu é o mês equivalente a Dezembro no calendário hebraico. Bíblia de estudo pentecostal, p.152.
7 ibdem
8 Cairns, Earle E. O Cristianismo através dos séculos,p.103.
9 Comby, Jean. História da Igreja I. p.81.
10 pt.wikipédia.org. Papa Júlio I.

Ananindeua, 23/12/2009.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Festa Ágape 2013

Participe da Festa Ágape 2013 A comunhão do Senhor Dia 28 de Dezembro de 2013 às 19h Rod. 40 Horas, Rua São luís, 53 R$ 15,00 Adquira já, pelos fones: 8140-0807 e 9964-6700.



Exibido todos os dias às 23h30 na TV Bacana Canal - Canal 17

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Palestra: Evangelho e homossexualidade

O PROGRAMA A FÉ EM AÇÃO APRESENTA! Evangelho e homossexualidade: Discurso e prática da Igreja, à luz do discurso e comportamento de Jesus ante as minorias do seu tempo. Dia 27 de outubro, ás 9h no clube CIFAM Preletor: Wanderley Nunes. Ingresso: R$ 20,00, incluindo almoço. Adquira já, pelos fones: 9964-6700 e 8140-0807.



Exibido todos os dias às 23h30 na TV Bacana Canal - Canal 17

terça-feira, 17 de setembro de 2013

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Batismo: 18/08/2013

BATISMO APOSTÓLICO
NESTE DOMINGO DIA 18/08/2013
HORÁRIO: À PARTIR DAS 09h00
LOCAL: CLUBE CIFAM
Av. Independência, Final da Rua da Apeti
Entre Mário Covas (à 500m da Mário Covase Rod. Quarenta Horas
Ananindeua - PA

Mapa abaixo:


Ver Clube CIFAM num mapa maior


Exibido todos os dias às 23h30 na TV Bacana Canal - Canal 17

domingo, 28 de julho de 2013

A Natureza é Sua Amiga, Preserve-a! 2013

Programa A Fé Em Ação 
Realiza Evento Ecológico em Mosqueiro-PA
A Natureza é Sua Amiga, Preserve-a!
Um Evento de Conscientização Ambiental em Defesa das Nossas Praias.
Dia 28 de Julho de 2013.

A Natureza é Sua Amiga, Preserve-a! 2013

 Redes Sociais: 

Exibido todos os dias às 23h30 na TV Bacana Canal - Canal 17

sábado, 6 de julho de 2013

Igreja Vencida

Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.

Se quisermos simplesmente espiritualizar o texto petrino, o reduziremos a uma batalha metafísica de caráter inglório. Por outro lado, só existe uma maneira para não cometermos o “pecado” do  reducionismo, desvirtuamento, e empobrecimento do escrito em questão: A observação, a priori, do  contexto.    

Pedro está claramente encorajando os companheiros de fé, em um momento de perseguição. Lembremo-nos que a eclésia nessa época não era popular - não estava na moda “ser de Jesus”- e não possuía poder político. 

É lógico, que como humanos que eram, traziam consigo os seus temores e carências. A maioria não havia ainda obtido maturidade suficiente para lidar com as pressões de  carregar o vitupério de Cristo.

Por essa razão, a carta diz: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.

Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar”. (I Pe.5.6-10).

Os versos supra falam de ansiedade, sofrimentos contínuos, suavizados pelo consolo de que não serão para sempre, daí o termo “por um pouco” de tempo. Mais patente ficará a ideia de perseguições se voltarmos ao capítulo anterior da carta:

“Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando.

Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus. Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem; mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome. ( I Pe.4.12-16).

   O Diabo.

Depois de observarmos a motivação da carta, podemos depreender do texto uma melhor compreensão a respeito do “diabo” citado nela. No grego διάβολος (diábolos) = acusador,  caluniador. Lendo Pedro com o olhar na realidade dos fatos ocorridos à época, veremos que o “diabo” ali está personificado na perseguição, calúnia e injuria sofrida por aqueles que seguiam o Nazareno.

Vale ressaltar, que não cremos como a igreja crê hoje com relação ao diabo, todavia, usaremos a forma meramente biblicista, para desse modo, tentar rechaçar interpretações isentas do pensar lógico, filosófico, teológico, e claro, minimamente inteligente, ainda que lançando mão da hermenêutica ortodoxa.

Mas vamos adiante... O diabo enquanto entidade espiritual (lembre que minha abordagem aqui é apenas bíblica, para que os biblicistas não me acusem de não fazer uso das escrituras) foi vencido na cruz:

 “Ele (O Senhor) nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl.1.13). “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (I Jo.3.8); “e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl.2.15).

“...Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo”. ( Hb.2.14).

Observamos nessa exposição a vitória de Jesus Cristo sobre todas as forças e potestades malignas. A  Escritura Neotestamentária assegura não só o triunfo de Jesus sobre o mal, como também nos nomina morada de Deus e templo do Espírito Santo: I Co. 6.19; Cl. 1.27; II Co. 13.5.

De forma lógica, racional, e meramente bíblica concluímos: Se Deus faz morada naquele que crê, logo, não permitirá jamais que o maligno o tome de assalto, se apossando daquele que lhe pertence: “…Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo.10.28). “… Porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (I Jo. 4.4).

E em outro lugar diz: “Aquele que nasceu de Deus (Jesus Cristo homem) o guarda, e o Maligno não lhe toca”. (I Jo.5.18). “A palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno” (I Jo.2.14).
Os dois trunfos do mal.

Sabendo que nós, como santuário de Deus, não estamos suscetíveis a qualquer forma de possessão maligna – que porventura ainda persistamos em temer - e que só nós temos o poder e o arbítrio de oportunizar os ardis das chamadas “hostes espirituais da maldade” (Ef. 4.27); a pergunta a ser formulada então é: De que maneira os poderes maléficos podem atuar na vida daquele que crê?

Primeiro, precisamos entender que o “estrago” já foi feito no momento em que houve a transgressão registrada em Gênesis (creia você na literalidade dela ou não).

Quando agora, ouvimos o chamado e nos achegamos a Deus, somos salvos e justificados pela fé, entretanto, continuamos vivendo em um corpo corruptível, que segundo as Escrituras, só será perfeito ou “incorruptível” no último dia, quando estivermos face a face com Cristo. (I Co.15.42). 

Hoje somos salvos de direito e ninguém tomará isso de nós, pois foi algo conquistado por Cristo e a nós outorgado por graça. Há, no entanto, o “vírus” do pecado, o qual nos trouxe a morte e que se encontra em nós. Ainda que salvos pela fé, escrituristicamente sabemos que esse mundo segue o  seu ciclo até o dia do Senhor, quando então, nós e toda criação receberemos a incorruptibilidade.

Por causa da corruptibilidade generalizada, é que o mal tem o poder de influenciar o modo de crer da humanidade, e claro, da Igreja.

O “vírus” está no ar e traz consigo dois grandes ardis: a incredulidade, fazendo o homem pensar o Evangelho usando categorias meramente humanas; e o fanatismo.

“E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens”.
(Mt.16.22,23).

Pedro não está aqui possesso de demônios, apenas influenciado pelo momento e pelas  contingências secularistas (diabólicas). Jesus diz aqui, que o “diabo” não cogita (não entende) das  coisas de Deus. É pertinente observar, que o secularismo foi inculcado na humanidade desde o início.

O “sereis como Deus” (Gn.3.5), ecoa de geração a geração com o mesmo apelo avassalador a uma vida hedonista, onde o homem é dono do seu nariz, recusando viver e crer no Evangelho.

“Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século (Secularismo = materialismo) cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (II Co. 4. 3,4).

O primeiro trunfo do mal é produzir uma casta de ateus cristãos, gente que quanto ao Evangelho de Jesus Cristo são incréus, leem a bíblia com um olhar judeu pagão, veem a graça como  produto do mérito, o “agora” como o alvo, e o “porvir” como prescindível. Esse tipo de fé nada mais é que anti fé, anti Evangelho e anticristo.

“...são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas”. (Fp. 3.18-19).

O segundo trunfo, próprio deste século, é o fanatismo. Sua vítima é empurrada por suas crenças,  militância e ativismo para bem perto de sua religião, porém, para bem longe de Jesus Cristo.

Ele é personificado no sacerdote e levita da parábola do bom samaritano, onde o culto perde o referencial  de expressão a Deus através do semelhante, para se tornar um cabide de ritualizações esteticamente  perfeitas, porém, duas vezes morta. (Lc. 10.30-37).

O fanatismo prescinde do pensar inteligente e lógico, imaginando que o raciocínio venha menoscabar ou desvirtuar a fé, o que não é verdade, pois ela está ancorada em bases escriturísticas  e históricas muito fortes, e não no mero ativismo surdo encontrado na estressada e exaurida Marta.

O Cristo que a Igreja professa crer, venceu todas as potestades. A Igreja, porém, tem sido vencida, ora pelo ateísmo cristão - desprezando a graça de Deus e o viver somente pela fé - ora pelo  fanatismo religioso utópico do céu na terra, aqui e agora - quimera de corações seduzidos pelo discurso pragmático e malicioso da religião do nosso tempo.

No entanto, a saída contínua a mesma: Crer em Jesus como senhor para além da vida e da morte, o Senhor da graça salvífica, a qual redime o pior dos seres humanos, conscientizando-o para humano ser, transformando-o de ególatra embotado em altruísta solícito, de mero religioso segregacionista em agregador consciencioso…

A solução nunca foi e nunca será religião, ela também não se encontra no Jesus dos judeus, nem dos cristãos. Só mesmo no metafísico caminho - o Jesus ressurreto - fruível nos gestos de bondade e misericórdia... Percebido sobretudo, por aquele que consegue enxergar Deus para além das cercas separatistas das crenças mesquinhas e rasas, pois só aí, Deus em Cristo será encontrado.

O que se necessita de fato é mais de Deus, mais da graça…Fora com a minha igreja vencida! Fracassada! Fora com a minha verdade irredutível! Com meus preconceitos oriundos do apedeutismo contumaz!

Em Cristo, se é vencedor quando o intuito é a vitória do todo, quando só um vence, a eclésia perde, entretanto, quando individualmente se busca o bem comum, o resultado é o triunfo.
Isso é um sonho? Definitivamente não, isso é comunhão, isso é eclésia.


Wanderley Nunes