quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Comentário de Provérbios (Introdução) - Provérbios 1.1-4. Para aprender sabedoria e prudência.


Comentário de Provérbios.

Provérbios 1.1-4. Para aprender sabedoria e prudência.

1 Provérbios de Salomão, filho de Davi, o rei de Israel.
2 Para aprender a sabedoria e o ensino; para entender as palavras de inteligência;
3 para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo e a equidade;
4 para dar aos simples prudência e aos jovens, conhecimento e bom siso.

O termo “provérbios” (masal no hebraico) traz em si um significado de “comparação”, porém foi ganhando ao longo do tempo uma acepção mais elástica, podendo ser visto como uma alegoria, máxima, ou até um sermão, chegando finalmente à ideia de uma expressão ou dito sábio.
O versículo dois, diz que os provérbios servem para o aprendizado da sabedoria e do ensino. É bom que fique entendido, que a sabedoria referida no texto, é a sabedoria moral, cuja a prática redunda em um bom nome e bençãos.
Estamos lidando aqui com a cultura judaica, pré ou pós exílica, no entanto, com fortes traços da teologia retributiva, encontrada sobretudo em Deuteronômio 28 (aliança Mosaica).

Ensino” (mûsar) tem a ver com instrução, treinamento, prática. Logo, o que parece ser dito no início do versículo 2 é: Para se ter moralidade – sabedoria posta em prática – é imprescindível treinamento.

O pensamento ora exposto, é da necessidade de uma mentoria, que ensine e conduza o discípulo a prática, esse papel é desempenhado pelos provérbios sapienciais.

Ainda no mesmo verso surge: para entender as palavras de inteligência. “Entender”, está no sentido de compreender, discernir. Só com discernimento se poderá efetivamente absorver os ensinos proverbiais.
A suma do que lemos nos versículos um e dois é: Os provérbios foram escritos para prover o homem – judeu – de uma moralidade que o levasse a ser um cidadão conforme prescrevia a torah.
Segundo o escritor, só alguém bem instruído, com a compreensão exata dos valores de sua nação e fé, poderia internalizar e expressar a inteligência e sabedoria a ele ofertadas.
Para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo e a equidade.
Fazendo o exercício da sensatez - bom proceder – é que a ética e a moralidade triunfarão. Três palavras são usadas para falar do resultado do processo:
Justiça: O termo não é usado simplesmente como antônimo de injustiça, mas sim como virtude do cidadão de bem – ele não é ímpio (gentio), nem age como tal - ele é justo porque pratica a justiça e não unicamente por fazer parte de Israel, usando o juízo (julgamento) com equilíbrio e imparcialidade (equidade).
Para dar aos simples prudência e aos jovens, conhecimento e bom siso.
É importante observar o uso da palavra “simples”, no texto, é alguém desprovido das benesses da aliança, um gentio, ou um israelita apóstata.
O significado nunca é o de alguém ingênuo ou tolo, mas sim de alguém “desligado” que não leva a sério a vida e muito menos a fé.


Wanderley Nunes.



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