Comentário de Provérbios.
Provérbios 1.1-4. Para aprender sabedoria e prudência.
1 Provérbios de Salomão, filho de Davi, o rei de Israel.
2 Para aprender a sabedoria e o ensino; para
entender as palavras de inteligência;
3 para obter o ensino do bom proceder, a
justiça, o juízo e a equidade;
4 para dar aos simples prudência e aos
jovens, conhecimento e bom siso.
O termo “provérbios”
(masal no hebraico) traz em si um significado de “comparação”, porém foi
ganhando ao longo do tempo uma acepção mais elástica, podendo ser visto como
uma alegoria, máxima, ou até um sermão, chegando finalmente à ideia de uma
expressão ou dito sábio.
Estamos lidando aqui
com a cultura judaica, pré ou pós exílica, no entanto, com fortes traços da
teologia retributiva, encontrada sobretudo em Deuteronômio 28 (aliança
Mosaica).
“Ensino” (mûsar) tem a ver com instrução,
treinamento, prática. Logo, o que parece ser dito no início do versículo 2 é: Para se
ter moralidade – sabedoria posta em prática – é imprescindível treinamento.
O pensamento ora exposto,
é da necessidade de uma mentoria, que ensine e conduza o discípulo a prática, esse papel é
desempenhado pelos provérbios sapienciais.
Ainda
no mesmo verso surge: para entender as palavras de inteligência. “Entender”,
está no sentido de compreender, discernir. Só com discernimento se poderá
efetivamente absorver os ensinos proverbiais.
A
suma do que lemos nos versículos um e dois é: Os provérbios foram escritos para
prover o homem – judeu – de uma moralidade que o levasse a ser um cidadão
conforme prescrevia a torah.
Segundo
o escritor, só alguém bem instruído, com a compreensão exata dos valores de sua
nação e fé, poderia internalizar e expressar a inteligência e sabedoria a ele
ofertadas.
Para obter o ensino
do bom proceder, a justiça, o juízo e a equidade.
Fazendo o exercício
da sensatez - bom proceder – é que a ética e a moralidade triunfarão. Três
palavras são usadas para falar do resultado do processo:
Justiça: O termo não é usado
simplesmente como antônimo de injustiça, mas sim como virtude do cidadão de bem
– ele não é ímpio (gentio), nem age como tal - ele é justo porque pratica a
justiça e não unicamente por fazer parte de Israel, usando o juízo (julgamento)
com equilíbrio e imparcialidade (equidade).
Para dar aos simples
prudência e aos jovens, conhecimento e bom siso.
É importante observar
o uso da palavra “simples”, no texto, é alguém desprovido das benesses da
aliança, um gentio, ou um israelita apóstata.
O significado nunca é
o de alguém ingênuo ou tolo, mas sim de alguém “desligado” que não leva a sério
a vida e muito menos a fé.
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