Transtorno é uma palavra que define uma contrariedade comportamental, uma decepção, sinalizado sempre por atitudes atípicas de cunho neuropsicológico. No âmbito psiquiátrico, existem diversos transtornos, todos tem em comum o alto nível de ansiedade. Toscamente falando, o transtorno é um estado emocional caracterizado pela expectativa e apreensão de que algo ruim possa acontecer gerando uma comorbidade de sintomas fisiológicos e mentais avassaladores.
Sintomas de transtorno
Todos os que são acometidos por transtornos de ordem psicológicas tendem a sintomatizar doenças que inexistem, as quais invariavelmente só são “reais” na sua mente vitima das próprias incongruências neurais. Pode-se tomar como exemplo o transtorno de pânico, quando alguém sem motivo aparente passa a ter palpitações, taquicardia, sensação de instabilidade, tontura, desmaio, medo profundo de estar tendo um ataque cardíaco, invariavelmente sente calafrios ou ondas de calor...
Na maioria das vezes por desconhecer o problema, se busca solução no plano meramente físico, daí se consultar cardiologistas, clínicos e demais profissionais que cuidam das patologias intrinsecamente corporais, buscando a solução no físico, quando se deveria atentar para o mental, pois é no campo da subjetividade neuropsicológica que se encontra tanto a raiz do problema quanto sua solução.
Geralmente o paciente com algum tipo de transtorno de ansiedade necessita tomar ansiolíticos, antidepressivos e congeneres, de forma concomitante, deve ser assistido por um psicólogo que o ajudará a vencer os seu medos.
Por que transtorno Jaconiano?
O célebre Jacó era de uma família de promessas, seu avó Abraão havia sido escolhido e chamado por Deus quando estava em Harã (Gn.11.31,32; Gn. 12. 1-3), depois recebeu a ratificação do que lhe fora prometido quando o próprio Deus se responsabilizou pelo cumprimento da aliança com ele.
Nesse tipo de pacto, o comum era as partes interessadas oferecerem os sacrifícios pondo os animais em duas linhas distintas, de modo que os pactuantes passassem no meio, simbolizando a responsabilidade de cada um ( Jr.34. 18-20), se caso não fosse cumprida a aliança as partes arcariam com o pecado cometido e suas consequências, já que o pacto havia sido feito na presença de Deus.
No caso de Abraão a aliança havia sido feita com ele e sua descendência ( Gn.15.18), confirmando tal assertiva, foi Deus que passou no meio das metades ( Gn.15.17), pois a tocha de fogo era uma representação clara da presença de Deus. Isaque é o primeiro grande fruto deste pacto firmado por Deus ( Gn.17. 4-8 ; Gn. 17. 19 e 21). Conforme o pacto de Deus com Abraão e não de Abraão com Deus, a consecução e cumprimento deste era inexoravelmente responsabilidade do Senhor, o qual não pode ter nenhum dos seus planos frustrados ( Jó. 42.2, Is.43.13).
Jacó como descendência de Abraão invariavelmente fazia parte desse projeto Divino, Paulo falando sobre seu nascimento diz : “ ...mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú” ( Rm.9.10-13).
Além de possuir em suas veias o sangue pactual, quando da ocasião do seu nascimento sua mãe Rebeca ouviu de Deus a promessa já antes feita a Abraão, de que o seu filho mais novo é que seria o herdeiro daquilo que o Senhor havia prometido. Jacó fazia parte da linhagem da aliança Abraâmica, era o herdeiro legítimo das promessas, porém não as conseguia enxergar por fé, que é o modo legítimo de se obter as coisas dos céus ( Hb.11.1; Hb. 11.27; Jo.20.29).
O transtorno na vida de Jacó
Sem ter visão espiritual para alcançar, por fé, o que já era seu – pois a escritura afirma que o Senhor é fiel em todas as suas promessas (Nm.23. 19, II Tm.2.13), como também diz: “Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós.” ( II Co. 1.20) – é que Jacó quis garantir desde o início sua herança através dos seus próprios esforços.
O primeiro passo equivocado foi “comprar” sua primogenitura (Gn. 25. 29-34), “comprou” o que era seu por direito e decreto Divino: “ Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor” (Gn.21.23). Para Deus Jacó era o primogênito, com todas as prerrogativas que a primogenitura lhe conferia (Ex.22.29; Dt. 21.17).
O segundo equívoco de Jacó aclara fortemente a horizontalidade da sua fé e sua visão embaçada pelo transtorno que o acometia, só concebendo as coisas de Deus sob uma perspectiva humana e egoística. Seguindo esse prisma, ele mancomunado com sua mãe, que por sua vez demonstra ter visão igual ou similar a do seu pupilo, vai agora dar a cartada final no que entende ser a conquista da benção de Deus.
Travestido de Esaú engana o velho Isaque : “Depois tomou Rebeca os vestidos de gala de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho menor; E com as peles dos cabritos cobriu as suas mãos e a lisura do seu pescoço; E deu o guisado saboroso e o pão que tinha preparado, na mão de Jacó seu filho. E foi ele a seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui; quem és tu, meu filho? E Jacó disse a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito; tenho feito como me disseste; levanta-te agora, assenta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe” (Gn.27.15-19).
Há duas observações a serem feitas neste episódio, no que se refere as consequências do engano: Jacó se torna alvo da ira do seu irmão, que irá persegui-lo para tentar ceifar sua vida; Rebeca por sua vez nunca mais verá o rosto do seu caçula (Gn.27.41; Gn.27.42-45).
Vê-se claramente aqui que o míope espiritual Jacó ao querer adquirir o que já era seu por direito, só conseguiu colher desventuras das suas obras, as quais nem legalistas podiam ser consideradas, devido ao teor espúrio dos seus métodos; quando a exemplo do seu pai Isaque, poderia desfrutá-las de forma passiva, apenas crendo no que o Senhor prometera.
Em meio a fuga da ira do seu irmão, Deus lhe fala em sonho e ratifica suas promessas: “E eis que o SENHOR estava em cima dela, e disse: “Eu sou o SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência; E a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra; E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado” (Gn.28.13-15).
Ainda assim, Jacó não consegue ver a realidade das promessas do Deus de Abraão e Isaque em sua vida, isso fica patente em sua fala logo depois que acorda do sonho: “E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; E eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus; E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”(Gn.28.20-22).
Nota-se claramente aqui o caráter materialista, egoísta e incrédulo de Jacó; materialista pois só pensava em obter, egoísta pois só pensava em si próprio, era um ególatra, e incrédulo, pois só conseguia acreditar naquilo que lhe fosse palpável e visível. Definitivamente Jacó não era um homem de fé.
Ele acaba de ouvir uma confirmação das promessas feitas aos seus ancestrais, entretanto, em sua mente embotada pelo materialismo cético só seria real para ele o “deus” que se mostrasse conivente e obediente aos seus caprichos mais inusitados.
Como se pode depreender de sua fala, até então não sabia, não percebia, e nem acreditava que Deus estava com ele, não cria na proteção Divina derivada das promessas Abraâmicas e Isaquianas, não confiava que o Senhor do pacto era um Deus providente, e o mais assombroso, o Senhor nem mesmo era o seu Deus. Seguindo esse ideário, o “deus” que satisfizesse a todos os seus anseios receberia em troca sua fidelidade, representada pela entrega dos seus dízimos.O ápice do transtorno Jaconiano
No momento mais crucial da sua vida, quando sabe que irá ficar frente a frente com seu irmão Esaú, Jacó toma antes certas providências, dentre elas, pôr sua família a salvo da possível ira do seu vingativo mano. Essa é mais uma prova da sua total falta de confiança no Deus que havia lhe prometido guardar de todo o mal.
Quando se encontra só, surge então um homem que vem para lutar com ele, a escritura não fala qual a razão do anjo ter sido enviado para lutar com Jacó, entretanto, é explicitado o motivo de Jacó não deixar o enviado de Deus partir : Ele queria a benção. Aqui observa-se o auge do transtorno Jaconiano, um homem abençoado por Deus, tinha promessas que haviam sido dadas a seu avô, ao seu pai, a sua mãe, e por fim a ele mesmo, e de forma clara e indubitável, era próspero materialmente falando, todavia, outra vez ele quer alcançar os benefícios de Deus por seus próprios méritos.
O anjo lhe dá uma palavra de benção, porém, como tal ato foi totalmente contrário a vontade Divina, Jacó sai desse encontro com um defeito físico, que nesse caso retratava a sua falta de saúde espiritual. Na sua transtornada visão das coisas de Deus, sempre prevalecia a ideia de que para receber algo de Deus era necessário “pagar” antes, mesmo se tais promessas houvessem tido o seu cumprimento garantido pelo Deus todo-poderoso.
Por atitudes como essas, a vida de Jacó torna-se uma vida da qual lamentará de modo frustrado dizendo: “... poucos e maus foram os anos da minha vida e não chegaram aos dias dos anos da vida dos meus pais...” ( Gn. 47. 9).
O transtorno Jaconiano hoje: A falta de discernimento
Assim como Jacó tinha promessas baseadas em um concerto de Deus com sua família, também os cristãos hoje tem promessas, e bem melhores que as promessas patriarcais: “ Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas” (Hb.8.6).
Infelizmente a Igreja tem sido acometida pelo transtorno Jaconiano: Vive correndo atrás daquilo que já possui em Cristo.
O grande problema enfrentado pela Igreja hoje é a miscelânea que é feita entre o Antigo e o Novo ?Testamento, entre o pacto com os judeus e o novo pacto para os gentios. Para que se compreenda a importância e alcance deste novo concerto, é necessário se observar este assunto sob a perspectiva da morada de Deus. Qual o lugar da habitação de Deus hoje na Nova Aliança? Para que se chegue a uma conclusão plausível se faz necessário uma abordagem bíblica-histórica do desenvolvimento da ideia de templo como “morada de Deus”.
O templo de pedra como casa de Deus
No pensamento do crente do Antigo Concerto o lugar físico da habitação de Deus é o templo de Jerusalém : “Mas o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Hc. 2.20). “ Desde o primeiro dia do sétimo mês começaram a oferecer holocaustos ao SENHOR; porém ainda não estavam postos os fundamentos do templo do SENHOR”(Ed 3.6).
Também é esse lugar que fica cheio da glória de Deus: “E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a casa do SENHOR” (I Rs.8.10). “ E os sacerdotes não podiam permanecer em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do SENHOR encheu a casa de Deus” (II.Cr. 5.14).
Deus em sua inenarrável graça proveu um templo melhor, Jesus, para que o homem experimentasse da sua glória sem que dela precisasse fugir : “ sendo ele ( Jesus) o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser” ( Hb.1.3).
Moisés profetiza a esse respeito: “ E porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma de vós não se enfadará. E andarei no meio de vós, e eu vos serei por Deus, e vós me sereis por povo” (Lv.26.11,12).
Jesus Cristo, o templo de Deus
As escrituras deixam muito claro que Deus criou um corpo para si e habitou nele, o evangelho de João começa afirmando: “ No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Mais adiante diz: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo.1.1, 14). Escrevendo aos colossenses Paulo afirma : “ Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl.2.9).
Deus estava em cristo, até aqui é o que se poderia dizer da manifestação de Deus em carne, todavia, é o próprio Jesus que declara ser a sua pessoa o templo de Deus em contraste ao reverenciado templo de pedra em Jerusalém: “ Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei. Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias? Mas ele falava do templo do seu corpo” (Jo. 2. 19-21).
Em outro lugar em resposta a Filipe : Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras (Jo. 14.9,10).
Fica muito obvio que o corpo, o involucro chamado Jesus era a perfeita morada de Deus entre os homens, por isso as escrituras o chamam de Emanuel, Deus conosco ( Mt.1.23).
A Igreja, o templo de Deus
Esse Emanuel promete aos discípulos que chegaria o dia em que o Espirito que habitava nele haveria de encontrar sua morada nos homens através da Igreja: “ O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós” (Jo. 14.17).
Quando Jesus falava do Espirito que habitava com os discípulos, estava falando do Espirito Santo que estava nele, pois Jesus é a manifestação de Deus em carne . Paulo quando se refere a encarnação afirma : “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne, foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, e recebido acima na glória” (I Tm. 3.16).
Quando falava do “Espirito que estará em vós” referia-se ao dia de pentecostes, quando o Espirito Santo que nele habitava, por graça e bondade de Deus habitaria na Igreja, fazendo dela o templo de Deus aqui na terra: “ E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem […] De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis” ( At.2.4;33).
A partir do dia de pentecostes a igreja se torna o templo do Espirito Santo. Deus habita nela, a morada de Deus não está circunscrita a apenas um homem, como foi em Jesus, mas agora em muitos membros formando o corpo místico de Cristo, temos Jesus agora em carne de novo, porém agora representado pela igreja através dos seus integrantes : “ Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular” (I Co. 12. 27); “Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros” (Rm. 12. 5).
Vê-se isto bem representado nas línguas como que de fogo repartidas e pousando em cada um dos discípulos (At. 2.3), contrapondo a coluna de fogo do Antigo Testamento que acompanhou o povo na saída do Egito até a terra prometida (Ex. 13. 21, 22).
Ela era claramente um sinal da presença de Deus entre o seu povo, todavia, é a partir do pentecoste que a coluna (Deus) distribui de si ao seu povo fazendo dele sua morada: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos” (I Co 12.4-6).
A Graça de ser templo de Deus
“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (I Co. 3:16);
“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? ” (I Co. 6:19).
No novo concerto Deus está no seu povo como Igreja, e em cada membro de forma particular, sendo cada crente individualmente um templo, uma habitação do Espirito Santo.
Quais são as implicações disso para os cristãos hoje? Muitas. A primeira é que não há a obrigação de um lugar para a Igreja está reunida para cultuar a Deus, ela tem em si mobilidade para cultuar ao Senhor onde achar conveniente: “Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles, e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano. E durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos ” (At.19.9,10).
Reunir-se nas dependências de uma escola não foi um empecilho para o desenvolvimento da Igreja na época de Paulo, assim como não havia dificuldade em se estabelecer a Igreja do Senhor a partir da residência de um irmão: “Saudai a Priscila e a Aquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios. Saudai também a igreja que está em sua casa...” (Rm. 16.3-5).
Deve-se explicitar que não há nenhum pecado no fato da Igreja possuir um prédio para suas reuniões semanais, por outro lado, o prédio em si não deve ser tomado como algo imprescindível para a vida da Igreja, pois assim sendo, da-se mais importância a construção de pedra de que a Igreja-gente, alvo maior e único da morte vicária e salvífica do Senhor Jesus: “ Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo (I Pe. 2.5).
O segundo e mais importante aspecto, não fala meramente dos deveres que o cristão tem em buscar cada vez mais se enquadrar dentro da vontade de Deus como revelada a Paulo, (leia o texto “ Há esperança para Laodiceia? ” no trecho que fala do ministério de Paulo aos gentios) e sim em se perceber os privilégios de ter o Senhor se movendo em sua vida, sendo o crente da Nova Aliança um depositário da graça de Deus, manifestada nessa benção de poder ser o verdadeiro templo do Espirito Santo na terra hoje. Logo, o crente do Novo Pacto:
Reina em vida com Cristo: “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo;
[...] E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça.
E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita” (Rm 5.17; 8:10,11.).
E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita” (Rm 5.17; 8:10,11.).
Está assentado em lugares celestiais, significando isso,que é autoridade e venceu todo o mal: “E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2.6).
Não necessita de que um intercessor, sacerdote, bispo, padre, pastor, vá a Deus por ele, pois o cristão é o verdadeiro sacerdote do Senhor, a nação eleita e santificada por Deus: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe. 2.9); “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl. 1. 13).
“ E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou
No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis”(Cl.1.20-22).
No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis”(Cl.1.20-22).
Na Nova Aliança, que por sinal, é muito superior a antiga - “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas”(Hb 8.6)- Jesus não está com o crente (II Cr. 32.7), mas nele : “Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (I Jo. 4.4).
De sorte que ele ( Jesus) estando na Igreja e particularmente no crente, nada lhe falta: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude” (II Pe. 1.3).
O cristão na nova aliança já é abençoado : “ Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef. 1.3).
Considerações finais
Neste opúsculo o leitor teve a oportunidade de tomar conhecimento do “transtorno Jaconiano”, uma síndrome que têm perseguido a Igreja ao longo dos séculos. Do mesmo modo como o terceiro patriarca corria tresloucadamente em busca daquilo que invariavelmente já era seu por promessa, a Igreja , que deveria exercer o magistério da fé e pela fé viver, prefere palmilhar o mesmo caminho do velhaco e transtornado Jacó: O caminho do engano, da religião ególatra, cujo deus é o eu.
Foram analisandas aqui as atitudes de Jacó, suas consequências e a extração dos ensinos advindos desta experiência relatada no livro santo. Demonstrou-se também, e de modo incisivo a obra de Deus através da progressão revelatória da sua palavra : Deus no tabernáculo, no templo de pedras, no templo chamado Jesus e por fim na Igreja, sua morada final, pelo menos até que se chegue ao novo céu e nova terra.
O cristão hodierno tem então um privilégio o qual nunca foi imaginado por nenhum dos profetas da Antiga Aliança: Deus habitando no seu povo, revelação esta que será obtida apenas com os escritos Paulinos, trabalhado de modo acanhado pelos principais reformadores, todavia, tratado de modo ousado neste trabalho.
Que seja este o grito de Guerra do cristão hoje :”Cristo em vós, esperança da glória”(Cl.1. 27).
Wanderley nunes.